9 de nov. de 2009

SAÍDA DE CAMPO - EJA

Os alunos da EJA trazem consigo uma história de conhecimentos acumulados, assim como reflexões sobre o mundo e as pessoas, conhecer suas características e necessidades é o primeiro passo para o educador obter sucesso.
No segundo semestre de 2009 entrevistamos alunos da EJA , objetivamdo conhecê-los em suas características sócio-demográfica, sócio-cultural e sócio-cognitiva. O que justifica esta proposta é a escassez de registros históricos sobre a Educação de Jovens e Adultos na região da grande Porto Alegre e pela falta de dados que caracterizem melhor as pessoas que frequentam a EJA.
Como educadoras, acreditamos na importância de reconhecer as especificidades desta modalidade que têm em seu público sujeitos com muitas vivências constituindo assim crenças, valores e hábitos de grande valia para a construção do processo ensino e aprendizagem. Trazem marcas da exclusão pela qual passaram, pois como afirma Kohl, 1999 “O primeiro traço cultural relevante para esses jovens e adultos, especialmente porque nos movemos, aqui, no contexto da escolarização,é sua condição de excluídos da escola regular.” Ao abordarmos essa perspectiva articulamos práticas educativas significativas.
Citando Freire (1991), Correa (2003) coloca é preciso um despojamento das verdades prontas, das certezas e dos preconceitos, estar atento e ouvir as falas e sentidos dos jovens e adultos. Mais do que permitir ao aluno dizer o significado deve-se de fato incorporar esses significados ao ato de ensinar" (p.13).
Os alunos da EJA têm como característica serem sujeitos com falta de escolaridade anterior e com um modo de vida de seu grupo de origem, que compartilham a baixa escolarização, um contexto de pobreza e dentro de um determinado grupo cultural, apresenta diferentes níveis de competências e dificuldades, que nos mostra uma grande heterogeneidade. Para Oliveira (1995) algumas características do funcionamento cognitivo associadas aos jovens e adultos:
[...] tais como pensamento referido ao contexto da experiência pessoal imediata, dificuldade de operação com categorias abstratas, dificuldade de utilização de estratégias de planejamento e controle da própria atividade cognitiva, bem como pouca utilização de procedimentos metacognitivos. Apud de OLIVEIRA (1999, p.72)
Trabalhar com EJA é tarefa desafiadora ,mas sendo a escola um local de confronto de culturas e local de encontro de singularidades oportuniza o aluno a ser sujeito do seu próprio pensar, e, portando principal autor e ator de sua própria aprendizagem.
Os educadores e educandos são sujeitos portadores e produtores de cultura, de saberes, são sujeitos coletivos, ou seja, pertencem aos mais diferentes grupos, concomitantemente, seja de classe, de raça e etnia, religião, gênero, partidos políticos, etc. Reconhecer isto é um grande passo em direção a uma mudança que acreditamos necessária: transformar a escolarização em educação, quer dizer, vincular o ensino a processos sociais mais amplos do que os conteúdos programáticos, fugindo assim do ensino tecnicista, que dê condições de autonomia para o exercício da Cidadania e da qualificação profissional.
Desta forma, podemos dizer que a EJA, enquanto Educação Popular, constitui-se:
· num processo permanente de refletir a militância em busca de objetivos próprios;
· numa prática educativa como prática política;
· numa práxis onde conteúdo é conscientização; numa ação em que o sujeito está em busca da leitura do mundo e não só da palavra

26 de out. de 2009

Planejamento!!!!!

Planejar.....
Interessante pensar sobre o planejamento, como entrar em uma turma sem ter o planejamento feito, articulado . É muito importante saber como desenvolver as atividades, os objetivos que pretendemos alcançar e porque pensamos em determinados assuntos.
Não lembro qual foi a última vez que fiz um planejamento como foi pedido no módulo 4 de LINGUAGEM neste semestre com :
Roteiro das atividades

1) Leitura
2) Produção textual
3) Jogo
4) Sistematização

Na verdade faço esse planejamento, mas de uma forma esquematizada por tópicos , e um assunto vai puxando outro.
Vou dar um exemplo, fiz meu planejamento em cima do texto Confusão na mata, que disponibilizo algumas imagens abaixo, mas que está postado no meu webfólio do ROODA, cuja temática foi DIFERENTES TIPOS DE COMUNICAÇÃO, porque pensei também na interdisciplina de Libras que estamos estudando este semestre.


Mas poderia seguir adiante, pensando na temática animais, porque é um assunto abrangente , que envolveria junto o meio-ambiente e assim por diante.

Então fazer um planejamento para mim é ir além, pensar no que pode vir, não é uma coisa estanque, que tem um fim e daí partir para outro assunto. Pode-se globalizar diferentes disciplinas, trabalhar de maneira que o aluno não se sinta sobrecarregado, mas que tenha interesse no que está vindo e que apresente novos enfoques.



8 de out. de 2009

Histórias!!!!!!

Realmente o mundo da fantasia faz parte da imaginação das crianças, desenvolvendo meu trabalho de linguagem e conversando com os alunos sobre histórias, pude perceber que os meninos são mais envergonhados que as meninas, muitos dizem que não sabem contar histórias.

Questionei-os sobre as histórias que os pais e professores contam, mas não quiseram( tanto meninos quanto meninas) reproduzi-las , preferiram inventar suas próprias histórias, onde misturaram realidade e fantasia. Pude observar que adoraram ouvir suas vozes gravadas, pena que não posso colocar todas as histórias no Blog, visto que fica muito pesado, por isso escolhi a narrativa que está postada de uma menina de 6 anos, que é bem falante e criativa.

A partir desta experiência , conversei com a professora do primeiro ano, já que trabalho no Laboratório de informática e vamos gravar todos os alunos narrando/contando alguma coisa (história) para depois eles ouvirem , onde poderão identificar suas vozes e produzir seus desenhos.

7 de out. de 2009

Canção.........

Vídeo em homenagem as mães, experimente tirar o som e só olhar!!!!!

Refletir sobre as pessoas surdas, a maneira de interagir com elas, a cultura surda e a comunidade surda é importante e necessário, primeiro para desmistificar a idéia que todo surdo é mudo, segundo porque a comunicação entre elas é igual como a fala entre ouvintes.

Tenho contato com pessoas surdas porque meu filho(vídeo ) estuda em uma escola freqüentada por alunos ouvintes e surdos, na turma dele tem um aluno surdo e os alunos aprendem LIBRAS em todas as séries, este ano teve uma apresentação no dia das mães, onde eles também utilizaram a língua de sinais, fico feliz por ele já saber se comunicar com os colegas e tentar entendê-los se apropriando da língua de sinais.

Aprendendo desde cedo a Lingua de Sinais a criança vai se adaptando a um mundo diferente, onde ela vê as pessoas surdas ou deficientes de uma maneira que a nossa geração não via, porque infelizmente aprendemos que o diferente dá medo.

Nossa geração vem de uma sociedade preconceituosa, cabe a nós pais e professores mostrar uma outra realidade para as crianças, onde ser diferente faz a diferença, e podemos aprender muito com as diferenças.

26 de set. de 2009

Nova visão!!!!!


Pensar sobre a diferença existente entre o tipo de currículo que é dado no diurno para alunos do ensino fundamental e a EJA é algo que parece distante, porque só quem trabalha na EJA para entender o tipo de aluno que tem e suas necessidades.Nós educadores educamos os sujeitos para a vida/mundo, mas no (EJA), os indivíduos adultos já trazem uma bagagem de experiências da vida, mas ainda não conseguiram se apropriar da leitura e da escrita, pois em algum momento afastaram-se da escola devido a fatores sociais, econômicos, políticos e/ou culturais.Pode-se dizer que a EJA vem atuar no campo dessas desigualdades, onde devido a necessidades ou falta de recursos esses alunos não puderam freqüentar a escola no tempo devido, é preciso buscar maior igualdade social.
Sem dúvida faz-se necessário trabalhar a partir das experiências e da realidade do nosso educando seja ele adulto, jovem ou criança , buscando um currículo integrado, trabalhando com conteúdos significativos, buscando o diálogo ou seja, produzir significado ao que é falado, oportunizando a participação/interação de todos com suas singularidades e especificidades em sala de aula. No currículo integrado busca-se uma educação para a formação de uma sociedade, onde as pessoas tenham capacidade de crítica, que sejam solidárias, autônomas, vivendo em uma democracia, assim ele se difere das áreas de conhecimento tradicionais “currículos por disciplina” surgidos com a modernidade.

22 de set. de 2009

Sala de aula!!!!


Pensar sobre o vínculo da sala de aula com a realidade social continua sendo distante, infelizmente ainda a ESCOLA não se modernizou, continuamos na teoria sem a prática.

Sou responsável pelo EVAM(Laboratório de Informática) no turno da tarde e estou acostumada a receber os alunos do 1º ano até a 7ªsérie, fico auxiliando-os, conversando, mostrando, estou ali servindo de ferramenta para as dúvidas que surgem. O comportamento dos alunos neste ambiente é muito diferente que na sala de aula e tenho que confessar que o meu também.
No laboratório eles trabalham em grupo, descobrem novas ferramentas, se ajudam, os combinados são respeitados e as atividades são realizadas, deixo eles mexerem na máquina sem estar em cima, só peço que se aparecer alguma mensagem me chamem(não temos INTERNET). Estou sempre em atividade, me mexendo , atendendo, conversando, trocando idéias.
Já na sala de aula é diferente, várias vezes tive que substituir e fiquei cansada, porque simplesmente parecia que eu não estava interagindo com os alunos, infelizmente a sala de aula se resume a classe, cadeira, caderno, folhinha, cópia, exercícios, atividades recreativas às vezes. O professor na sala espera, atende alguns alunos, observa, corrige, faz anotações e começa tudo de novo, não é muito motivador.
Se achei cansativa a sala de aula convencional, porque estou acostumada com outro ritmo de aula, imagina as crianças ,que todos os dias seguem praticamente a mesma rotina.
Quando será que nossos governantes e a sociedade realmente almejarão uma educação voltada para a formação de alunos(as) críticos , autônomos, transformadores????



12 de set. de 2009

Pensando......


Saí da aula do dia 09.09.09, muito fascinada, muito mais interessada pela lingua dos surdos.
Aprendi que língua de sinais não é puramente mímica e gestos nos quais os surdos utilizam para se comunicar, ela possui gramática específica, própria. Essa língua não é universal, cada país possui a sua língua de sinais conforme sua cultura, por isso a nossa é LIBRAS - Linguagem de Sinais Brasileira
Essa língua possui alguns parâmetros que formam os sinais: configuração das mãos , os sinais podem ser realizados com uma ou duas mãos, mas não começar com a direita e ir trocando , fazendo sinais com a esquerda, é importante que escolha com qual mão fará os sinais, para não acontecer confusã, os sinais podem ter ou não movimentos; expressão facial e/ou corporal, mas numa conversa é muito importante as expressões para identificar o sentimento.
Já tinha uma vontade muito grande de me aprofundar no assunto, mas depois de ver a professora Janaína falando através da lingua de sinais fiquei até com inveja, porque pra ela era tão simples, tão rápido, como para nós é o falar.
Quero depois de formada poder fazer cursos nesta área, para me comunicar com facilidade com surdos, quem sabe me tornar uma intérprete.
Na rede municipal de São Leopoldo, não temos muitos alunos surdos , pelo menos na escola que trabalho até hoje (11 anos), não recebemos nenhum aluno.
Acho muito importante a lingua de sinais, tão importante quanto saber uma lingua estrangeira, penso que ela deveria fazer parte do curriculo escolar , onde as crianças aprenderiam com muita facilidade conseguindo se comunicar com colegas que de repente não frequente a mesma escola, mas que são seus amigos e assim haveria uma maior apropriação desta lingua pela sociedade e haveria uma maior capacitação de professo
res.

 
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